“Permitir-se”
Não se assuste
Permita conhecer-se
Volte-se para dentro de
si
Enxergue com o olhar
interior
Sem influências
Sem indução
Sem interferências
Identifique a sua dor
Desvencilhe-se do que te
incomoda
Não viva tão retesado
Fuja do lugar comum
Afrouxe os laços da
tensão
Vomite o veneno
Ingerido por toda uma
vida
Não siga os passos da
cegueira
Não caia nos abismos da
ilusão
Você não é autômato
Busque novas estradas
Reformule suas verdades
E grite-as a plenos
pulmões
Livre-se das mentiras e
frases feitas
Desobstrua todo o ser
Construa seu próprio
mundo
Libere suas emoções
Deixe sua vida emergir
Com nova vitalidade
Faça sua realidade
verdejar
E seu contentamento
florescer
Surpreenda a tristeza
Com a força de sua
alegria
Expulse os maus
pensamentos
Com trabalho e com lazer
Solte as amarras
Faça com que sua luz
Afugente a escuridão
Não deixe o regozijo
perecer
Lanhe o desânimo
Com chicote de couro
Renasça a cada nova
descoberta
Renove-se a cada novo
amanhecer
Venha, não tenha medo
Não se assuste com o
aconchego
Aprenda a receber amor
Habitue-se enquanto é
cedo
A compartilhar
gentilezas
A aceitar carinho e
afeto
A se utilizar de
franqueza
E não viver de arremedo
Estou aqui ao seu lado
E ofereço o meu ombro
Alquebrado, lesado e
amigo
Caso queira se apoiar
Amparar-nos-emos nas
horas incertas
Desvencilharemo-nos de
engodos
Então seguiremos fortes
A um novo despertar
Ainda há tempo
Concedo-te minhas mãos
Segure-as, se
intencionar
Se não apetecer,
deixe-as aí
Servir-me-ei amplamente delas
Para plantar arbustos
Para ofertar flores
Para desbravar caminhos
Para eliminar seqüelas
Valer-me-ei delas
Para construir pontes
Para destruir muralhas
Para semear amor
Para fazer afagos
Para descobrir atalhos
Para escapar do inferno
Para fugir da dor.
Waldeci Maciel